quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Ainda falta o livro

Estava cutucando meus arquivos, procurando minhas crônicas antigas para escolher o que publicar aqui no blog, quando encontrei um arquivo chamado "livro". Comecei a ler e não lembrava de nada daquilo, era estranho pensar que fui eu mesma que escrevi. Tem dois capítulos, é um romance que eu comecei, numa época que eu acreditava que todo homem tem que plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. Deve valer só para homens, porque as mulheres, depois que têm um filho, ficam praticamente impossibilitadas de fazer qualquer coisa que demande tanto tempo e dedicação, a não ser criar o tal filho.
Tanto é assim, que eu mesma parei o meu projeto no segundo capítulo, abandonando personagens simpáticos no meio de uma trama apenas começada. Que pena, até eu queria hoje saber o que ia acontecer com eles... fiquei frustrada. Se desejasse, não poderia continuar a história. Ela estava na minha cabeça apenas, numa cabeça de 28 anos, que não existe mais. Não sei para onde levaria aquelas pessoas que criei, não sei o que a minha ingenuidade de então reservava para seus destinos.
Eu já plantei várias árvores ao longo dos meus mais de 40 anos de vida. eu tive duas filhas lindas. E já escrevi tanto que, se juntasse tudo, daria para montar uns três livros. Grossos. Mas eu nunca escrevi um livro mesmo, com início e fim.
Concluí que ainda não estou pronta para partir desta vida. Não antes de concluir essa etapa obrigatória. Vou esperar as crianças crescerem um pouco mais -- principalmente a caçula -- e tentar de novo. O pior que pode acontecer é que meu livro nunca venha a ser editado, mas isso é outra história, sem a menor importância.

Um comentário:

  1. Não fica esperando isso e aquilo, não. Escreve logo, ou pode nunca escrever. Isso aconteceu com muita gente de talento por aí. não deixe para amanhã o que pode fazer hoje!

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