quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Ano bom

Há anos que são de sorrir. Começam numa festa de ano-novo alegre e vão carregando o riso pelos dias a fora. Nosso espírito entra fevereiro fantasiado de palhaço e sai na páscoa com orelhas de coelho e a boca suja de chocolate, pensando em renovação. Lavamos a alma nas chuvas de verão e guardamos o aconchego do outono para nossas reflexões sobre as coisas boas que vivemos e para a gratidão. Nesses anos, nem mesmo agosto, injustamente tachado de agourento, consegue abafar os risos que ainda ecoam pelas semanas e tornam-se mais fortes aos domingos de manhã, com as crianças pulando na cama logo cedo, ou em barulhentos almoços de família. Com setembro, nesses anos, chega a primavera e as cores ainda mais brilhantes da alegria, os feriados são festas e os planos para o Natal já estão se insinuando... há anos assim. Eles existem para nos dar descanso, uma trégua nas tristezas e nas certezas - tão cruéis - contidas no simples fato de vivermos num mundo onde o amor é pouco para tantos corações partidos.
O ano de 2010 foi assim. Para mim.
Que 2011 seja um ano desses também, às vezes eles se sucedem por um tempo. As vezes só trocam de vidas. Se não for para mim, que seja para você, ou para alguém que necessite dessa trégua mais do que nós.

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